REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE GABINETE DO
PRIMEIRO-MINISTRO ALOCUÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO KAY RALA
XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DA TOMADA DE POSSE DO SENHOR CAPITÃODE-MAR E GUERRA
PEDRO KLAMAR FUIK COMO DIRECTOR DO INSTITUTO DE DEFESA NACIONAL, 03 DE MAIO
Senhor Secretário de Estado da Defesa, Senhor
Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Senhor
Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Klamar Fuik, Excelências, Senhoras e Senhores,
Com a tomada de posse do Senhor Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Klamar Fuik para
Director do Instituto de Defesa Nacional, cerimonial que hoje nos junta aqui,
inicia-se uma etapa inovadora na forma como o Estado timorense encara os
assuntos relacionados com a defesa e a soberania nacional, procurando-se agora,
nesta matéria, o envolvimento de todos os quadrantes da sociedade. No Mundo
actual, em permanente transformação, em que o conceito de defesa evolui na
medida em que as ameaças à paz e à integridade territorial dos vários Estados
se vão diversificando, torna-se fundamental pensar e repensar o empenhamento
táctico e estratégico das forças que têm como responsabilidade primária
assegurar a independência e a inviolabilidade das fronteiras internacionalmente
reconhecidas. Hoje não basta termos umas Forças Armadas tecnicamente bem
preparadas e disciplinadas, é necessário também entender o papel que lhes está
reservado e garantir que toda a comunidade tenha a percepção da importância e
da necessidade da sua existência, enquanto garante último do seu próprio
bem-estar e qualidade de vida. Pensar a Defesa não pode ser um exclusivo dos
militares, mas sim uma obrigação de todos quantos se entregam ao serviço
público e também daqueles que, desenvolvendo a sua actividade profissional fora
das instituições estatais, têm igualmente como meta contribuir para a
construção do Estado. Foi com base nestes pressupostos que o IV Governo
Constitucional se empenhou na criação do Instituto de Defesa Nacional, órgão
que terá a responsabilidade de moldar os futuros quadros e líderes estratégicos
de Timor-Leste, incutindo-lhes uma visão com sensibilidade para a Defesa e uma
melhor compreensão de todos os assuntos relacionados com a defesa do território
e a segurança das populações. O Instituto de Defesa Nacional terá como tarefa
prioritária a de valorizar os quadros das Forças Armadas, da Administração
Pública e das Universidades, bem como de todos quantos, através do seu
trabalho, concorrem para o desenvolvimento económico e social da Nação
timorense. Deverá também procurar sensibilizar a sociedade civil para os
problemas da segurança e defesa nacional, em particular das ameaças a que está
sujeita e dos deveres a que todos estão vinculados no sentido do garante da
soberania nacional e da preservação do Estado de direito. Temos que ganhar
consciência que está na hora de os timorenses pensarem exclusivamente pela sua
cabeça em matérias tão fundamentais para o seu destino, como são as
respeitantes a todas as actividades que visem defender a independência da
Nação. Temos contado com o apoio internacional amigo na edificação de uma força
de defesa profissional, bem preparada tecnicamente e com níveis sustentáveis de
operacionalidade. Sem esse apoio muito
dificilmente teríamos atingido o patamar em que já nos encontramos. Tivemos esse
mesmo suporte na elaboração de todo o tecido legislativo das áreas da defesa e
da segurança, trabalho para cuja realização não estávamos ainda suficientemente
habilitados para levar a cabo sozinhos. Estamos reconhecidos a todos os que se
prestaram a nos apoiar nessas tarefas essenciais, mas, obviamente, não podemos
ficar eternamente dependentes da ajuda externa naquilo que apenas a nós diz
respeito. Daí a importância que este momento representa para Timor-Leste.
Sabemos que a missão que o Instituto de Defesa Nacional tem pela frente, na
preparação de quadros responsáveis e imbuídos de uma cultura estratégica de
defesa nacional, apesar de aliciante, é de difícil execução. Por isso mesmo
houve a preocupação de escolher a pessoa mais bem preparada para conduzir os
destinos do Instituto de Defesa Nacional, nesta sua fase crucial de arranque. O
Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Klamar Fuik preenche todos os requisitos
indispensáveis para o desempenho das funções que agora lhe são atribuídas.
Preencheu sempre cargos de elevada importância para o processo de constituição
das F-FDTL, nomeadamente o encargo pelo acompanhamento dos estudos do “King’s
College”, responsável pelo Centro de Formação em Aileu, chefe das operações,
Comandante do Centro de Instrução Nicolau Lobato, Coordenador do Estudo 2020 e
Comandante da Componente Naval. A par da actividade desenvolvida dentro da
estrutura das F-FDTL, o Capitão-demar-e-guerra Pedro Klamar Fuik não descurou a
sua formação militar doutrinária, tendo frequentado, em Portugal, o Curso de
Promoção a Oficial, no Regimento de Comandos, o Curso Geral Naval de Guerra, no
Instituto de Estudos Superiores Militares – IESM - (equivalente ao Curso de
Promoção a Oficial Superior), o Curso Complementar Naval de Guerra, também no
IESM (equivalente ao Curso de Comando e Direcção) e o Curso de Capitania de
Portos. Na Austrália concluiu o Curso de Estado-Maior Conjunto e o Curso do
Centro de Estudos Estratégicos de Defesa (com equivalência ao de Promoção a
Oficial General). Tem pois, o Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Klamar Fuik, um
passado brilhante ao serviço da Instituição Militar, que faz dele um dos mais
promissores oficiais da sua geração e para quem, certamente, outras tarefas
ainda de maior responsabilidade estarão destinadas. Estou plenamente convicto
que o Senhor Capitão-de-mar-e-guerra vai cumprir com distinção os objectivos
traçados para o Instituto de Defesa Nacional. Sabe que para isso contará sempre
com o meu apoio institucional e também, naturalmente, com o do restante poder
político e o da estrutura superior das F-FDTL. Faço votos para que o sucesso o
acompanhe. Muito obrigado.
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